ADVOGADO EWERTON MONTENEGRO GUIMARÃES (IN MEMORIAM) – Ano 2005 – 1ª Edição
Ewerton Montenegro Guimarães nasceu em Vitória, no Estado do Espírito Santo, no dia 06 de abril de 1949. Foi o terceiro filho de Ewer Cunha Guimarães e Elvira Dulce Montenegro Guimarães.
Morreu vítima de câncer no dia 22 de maio de 2002 e deixou três filhos, Bruno, André e Cláudio.
Escreveu o livro "A Chancela do Crime - A Verdadeira História do Esquadrão da Morte", publicado em 1978. O livro foi fruto de árduo trabalho de Ewerton, tanto acompanhando o inquérito policial do Esquadrão da Morte, quando exercia a profissão de jornalista na imprensa de Vitória, como depois, na condição de advogado das famílias das vítimas. Ewerton reuniu, pacientemente, cerca de 20 mil documentos que desnudavam, de forma cabal e irrefutável, elo por elo, o espantoso panorama de corrupção instalado no organismo policial capixaba.
Atuou em causas importantes:
- Como assistente de acusação no processo que tramitou na Justiça Federal do Espírito Santo, cujo objetivo era a extinção da "Scuderie Detetive Le Cocq", que, conforme ressaltava, "tornou-se o braço armado do crime organizado em nosso Estado".
- Assumiu a defesa dos interesses da família do menor Jean Alves da Cunha, que foi executado por policiais militares em 1992.
- Na qualidade de advogado da Arquidiocese de Vitória e da família do padre francês Gabriel Maire, atuou de 1990 até a data do seu falecimento, como assistente de acusação no processo que apura a morte do padre assassinado a tiros em Vila Velha, objetivando comprovar que o crime teve motivação política e não fora latrocínio (roubo seguido de morte), como o inquérito policial pretendia fazer crer.
Além da extensa atuação profissional, Ewerton ainda foi membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Vitória, conselheiro e membro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES), tendo ajudado a criar, no ano de 2001, o fórum "Reage Espírito Santo".
Também houve uma importante atuação de Ewerton na defesa dos direitos das comunidades indígenas existentes no Estado do Espírito Santo, que na década de 70 estiveram prestes a perder suas terras para a então empresa Aracruz Celulose S/A, mas que, em razão da sua atuação firme e tempestiva, conseguiram realizar a demarcação de seu território.
Já próximo do final de sua vida, foi convocado para prestar declarações junto à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Nacional do Narcotráfico, onde, graças ao seu profundo conhecimento do crime organizado capixaba, pôde contribuir de forma significativa ao surgimento da verdade.