Vera Maria Simoni Nacif
"D. Luis foi um homem simples, afetuoso, inteligentíssimo e culto, profundamente comprometido com a causa da libertação do povo do jugo da opressão e da pobreza.
Foi bispo da igreja e profundo conhecedor da doutrina e, ao mesmo tempo, assumiu como padre seu ministério eclesial na base da Igreja. Disso resultou, no povo, uma força especial.
Era uma presença silenciosa e respeitosa que confiava nas pessoas, e atuava, com muita sabedoria, estimulando a organização que ia surgindo no meio do povo. Foi um verdadeiro intelectual orgânico das classes populares. Não era uma presença de vanguarda no meio do povo, mas uma presença engajada, explicitada nas CEBs, "sementes de uma nova realidade na qual todos tinham voz e vez".
E muitos estudiosos já registraram que as CEBs, que cresceram por todo o Brasil, foram germens de uma nova prática de participação social, prática essa que contribuiu, com certeza, para o fortalecimento da luta pela democratização do país.
Em relação à Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Vitória – CJP, foi o bispo presente, desde o convite pessoal ao ingresso dos membros, até a presença física em reuniões. Em 1976, tive o privilégio de ser a segunda pessoa convocada por ele para formar a Comissão. O primeiro foi João Baptista Herkenhoff.
O Prêmio é sem dúvida uma importante iniciativa do Governo do Estado, vez que perpetua a memória de Dom Luis para que seu exemplo inspire, cada vez mais, novas práticas que contribuam para a construção de uma sociedade cada vez mais solidária e um povo mais feliz".